sábado, 19 de novembro de 2016

Entrevista a: Joel Vital

(Joel em ação durante o Canedo 0-1 Oliveira do Douro de 06/07.)

Do Benfica para o... Canedo. À primeira vista, parece ser uma daquelas coisas impensáveis de acontecer. Mas, "mergulhando" na história, constatámos que aconteceu mesmo. O protagonista? Joel Vital.
Joel fez-se sénior cedo: aos 16 anos, já era titular na equipa principal do histórico Salgueiros, que competia na então II Divisão B - e onde, de resto, fez grande parte da sua formação.
No fim da temporada, manteve-se de vermelho e de águia ao peito mas trocou de clube e cidade: rumou ao Benfica, juntamente com Pelé, o mesmo que, não há muito tempo, representou Inter de Milão e FC Porto.
Cumpriu o último ano de júnior na Luz, onde foi orientado por Rui Vitória, e ficou sem clube para a época 06/07, até que, em Novembro, apareceu em cena o Canedo.
O jogador aceitou o nosso convite, cumpriu o resto da temporada de azul e amarelo e, apesar de ser central, foi a defesa-esquerdo que realizou grande parte dos 21 jogos que disputou com a nossa camisola.
No fim da temporada rumou ao Madalena, dos Açores, e passou ainda por Candal e Cinfães, antes de chegar ao Sp. Covilhã, da II Liga, onde, atualmente, aos 28 anos, é um dos capitães de uma equipa que não perde há mais de dois meses.
Dez anos depois da sua chegada às Valadas, ei-lo em entrevista ao nosso facebook/blogue:

Canedo Futebol Clube: Veio do Benfica para o Canedo. Como surgiu a hipótese de jogar cá e que razões o levaram a aceitar o convite?
Joel Vital: Lembro-me que foi tudo muito à pressa. Na altura, eu estava sem clube no meu início como sénior, devido a alguns episódios com o meu empresário e então decidi eu próprio procurar clube. Lembro-me que havia clubes interessados em mim, mas tinha que aguardar, até que soube que o Canedo estava à procura de jogadores para a minha posição e bastou-me encontrar com o presidente do clube para que decidisse logo que era para aí que ia, uma vez que me senti muito desejado pelos responsáveis do clube!

CFC: A nível coletivo a temporada não foi boa, mas a nível pessoal pode-se dizer que lhe correu bem, certo? Realizou todos os jogos como titular, jogou em mais do que uma posição...
JV: Sim, a nível pessoal foi bom, joguei os jogos todos e consegui evoluir à medida que ia jogando. É verdade, fui contratado para defesa-central mas na ausência do nosso lateral esquerdo eu jogava lá. Tendo em conta que sou canhoto, isso facilita para que possa ser uma alternativa nessa posição.

CFC: Apesar de ter um conjunto de bons jogadores, o Canedo acabou por fazer uma época fraca e descer de divisão. Na sua opinião, o que falhou para que não conseguissem fazer mais pontos? 
JV: Eu já cheguei numa altura difícil, estávamos em último lugar e a moral estava em baixo... Éramos o "alvo a abater" por qualquer equipa que nos defrontasse, não nos respeitavam e, depois, estando em último lugar, ficava complicado para sair lá de baixo e esperávamos ter arbitragens que não nos prejudicassem. Mas nunca atirámos a toalha ao chão e lutamos até não conseguirmos mais!

CFC: Que memórias guarda do tempo que passou em Canedo?
JV: As memórias que tenho são as melhores. Apanhei pessoas fantásticas, humildes e trabalhadoras. Nunca se esquece o primeiro ano como sénior e eu não fujo à regra. Fico grato pela oportunidade de ter iniciado a carreira num clube com estes atributos.

CFC: Há algum episódio em particular que queira partilhar com os nossos adeptos?
JV: Tenho um episódio caricato: confesso que quando assinei não sabia e nem perguntei se era relva natural ou sintética, lembro de me terem dito algo do género "temos um campo bom e grande, com uma bancada coberta também grande", no dia seguinte chego para treinar e quando vi o campo pelado fiquei de boca aberta, pois não fazia ideia e já não jogava num pelado há uns anos largos. Mas como se diz "é como andar de bicicleta, nunca se esquece" e foi muito enriquecedor.

CFC: Saiu do Canedo há quase dez anos. Continua a acompanhar o clube?
JV: Sim, vou acompanhando pelas redes sociais e até já sei que, agora sim, têm sintético (risos).

CFC: No fim da época 06/07 saiu para o Madalena, dos Açores, depois passou pelo Candal e pelo Cinfães, até chegar à II Liga, mais propriamente ao Covilhã. Até que ponto a passagem pelo Canedo foi importante para a sua evolução como jogador e para a sua carreira?
JV: Considero que foi bastante benéfica a passagem pelo Canedo, pois pude jogar com regularidade, aprender com os mais velhos e, como já disse, apanhei pessoas muito humildes e trabalhadoras, apesar de todas as dificuldades. Descer de divisão só me deu ainda mais forças para contornar as adversidades futuras.


Pode consultar toda a carreira de Joel, aqui.

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